03SET
Associação Beneficente Fraternitas Nosso Lar
O Sopro do Amor
O que existe, afinal, no simples e prosaico ato de assoprar o machucado do filho, a queimadura leve no dedo, uma ardência na mão?…
Existe o dom divino que, em conjunto com a intenção e com o amor colocados na ação, promovem, sim, o conforto, a recuperação, a cura.
A Equipe Nosso Lar já havia nos mostrado isso, na Ação Fraterna Doem Fé, em 2014, quando nos pediu “levem balões e os encham em alegria na presença destes irmãos, pois não somente será uma expressão comunicativa aos olhos, mas o sutil e imperceptível ectoplasma, inserido por vós em ternura na pequena bolha, será um extraordinário tesouro ofertado que se alongará em medicamento ao se distanciarem destes.”
“– É preciso prevenir Olívia e Madalena das providências que se fazem imperiosas para a noite. Necessitaremos a colaboração de mais alguns técnicos do sopro. Temos alguns irmãos em estado grave, tomados de impressões físicas mais fortes.
– Técnicos do sopro? – indaguei, assombrado, antes que Ismália pudesse fazer qualquer observação referente aos serviços.
– Sim, meu amigo – respondeu Alfredo, atenciosamente –, o sopro curador, mesmo na Terra, é sublime privilégio do homem. No entanto, quando encarnados, demoramo-nos muitíssimo a tomar posse dos grandes tesouros que nos pertencem. Comumente, vivemos por lá, perdendo tempo com a fantasia, acreditando em futilidades ou alimentando desconfianças. Quem pudesse compreender, entre as formas terrestres, toda a extensão deste assunto, poderia criar no mundo os mais eficientes processos soproterápicos.
– Mas, semelhante patrimônio está à disposição de qualquer Espírito encarnado? – perguntou Vicente, compartilhando minha surpresa.
Nosso interlocutor pensou alguns instantes e respondeu, atencioso:
– Como o passe, que pode ser movimentado pelo maior número de pessoas, com benefícios apreciáveis, também o sopro curativo poderia ser utilizado pela maioria das criaturas, com vantagens prodigiosas. Entretanto, precisamos acrescentar que, em qualquer tempo e situação, o esforço individual é imprescindível. Toda realização nobre requer apoio sério. O bem divino, para manifestar-se em ação, exige a boa vontade humana. Nossos técnicos do assunto não se formaram de pronto. Exercitaram-se longamente, adquiriram experiências a preço alto. Em tudo há uma ciência de começar. São servidores respeitáveis pelas realizações que atingiram, ganham remunerações de vulto e gozam enorme acatamento, mas, para isso, precisam conservar a pureza da boca e a santidade das intenções.
Compreendendo o interesse que suas palavras despertavam, continuou o administrador, depois de pequena pausa:
– Nos círculos carnais, para que o sopro se afirme suficientemente, é imprescindível que o homem tenha o estômago sadio, a boca habituada a falar o bem, com abstenção do mal, e a mente reta, interessada em auxiliar. Obedecendo a esses requisitos, teremos o sopro calmante e revigorador, estimulante e curativo. Através dele, poder-se-á transmitir, também na Crosta, a saúde, o conforto e a vida.
E, como Vicente e eu não pudéssemos ocultar a perplexidade, Alfredo considerou:
– Isto não é novo. Jesus, além de tocar naqueles a quem curava, concedia lhes, por vezes, o sopro divino. O sopro da vida percorre a Criação inteira. Toda página sagrada, comentando o principio da existência, refere-se a isso. Nunca pensaram no vento, como sopro criador da Natureza?”…
.Encontrando-me, porém, mais a sós com Aniceto, transmiti-lhe minha enorme surpresa, respondendo-me ele em tom confidencial:
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