03SET
Associação Beneficente Fraternitas Nosso Lar
O Sopro do Amor
“Assopra que passa!”. “Deixa a mamãe assoprar que logo passa.” Quantas vezes você já falou ou já ouvir estas frases, ou frases parecidas com essa? E quantas vezes, depois de assoprar, passou mesmo?
O que existe, afinal, no simples e prosaico ato de assoprar o machucado do filho, a queimadura leve no dedo, uma ardência na mão?…
Existe o dom divino que, em conjunto com a intenção e com o amor colocados na ação, promovem, sim, o conforto, a recuperação, a cura.
A Equipe Nosso Lar já havia nos mostrado isso, na Ação Fraterna Doem Fé, em 2014, quando nos pediu “levem balões e os encham em alegria na presença destes irmãos, pois não somente será uma expressão comunicativa aos olhos, mas o sutil e imperceptível ectoplasma, inserido por vós em ternura na pequena bolha, será um extraordinário tesouro ofertado que se alongará em medicamento ao se distanciarem destes.”
E no livro “Os Mensageiros”, de Chico Xavier e André Luiz, a importância do sopro do amor está muito bem explicada! Leia no trecho que selecionamos abaixo, e comece a praticar este simples ato de amor.
“– É preciso prevenir Olívia e Madalena das providências que se fazem imperiosas para a noite. Necessitaremos a colaboração de mais alguns técnicos do sopro. Temos alguns irmãos em estado grave, tomados de impressões físicas mais fortes.
– Técnicos do sopro? – indaguei, assombrado, antes que Ismália pudesse fazer qualquer observação referente aos serviços.
– Sim, meu amigo – respondeu Alfredo, atenciosamente –, o sopro curador, mesmo na Terra, é sublime privilégio do homem. No entanto, quando encarnados, demoramo-nos muitíssimo a tomar posse dos grandes tesouros que nos pertencem. Comumente, vivemos por lá, perdendo tempo com a fantasia, acreditando em futilidades ou alimentando desconfianças. Quem pudesse compreender, entre as formas terrestres, toda a extensão deste assunto, poderia criar no mundo os mais eficientes processos soproterápicos.
– Mas, semelhante patrimônio está à disposição de qualquer Espírito encarnado? – perguntou Vicente, compartilhando minha surpresa.
Nosso interlocutor pensou alguns instantes e respondeu, atencioso:
– Como o passe, que pode ser movimentado pelo maior número de pessoas, com benefícios apreciáveis, também o sopro curativo poderia ser utilizado pela maioria das criaturas, com vantagens prodigiosas. Entretanto, precisamos acrescentar que, em qualquer tempo e situação, o esforço individual é imprescindível. Toda realização nobre requer apoio sério. O bem divino, para manifestar-se em ação, exige a boa vontade humana. Nossos técnicos do assunto não se formaram de pronto. Exercitaram-se longamente, adquiriram experiências a preço alto. Em tudo há uma ciência de começar. São servidores respeitáveis pelas realizações que atingiram, ganham remunerações de vulto e gozam enorme acatamento, mas, para isso, precisam conservar a pureza da boca e a santidade das intenções.
Compreendendo o interesse que suas palavras despertavam, continuou o administrador, depois de pequena pausa:
– Nos círculos carnais, para que o sopro se afirme suficientemente, é imprescindível que o homem tenha o estômago sadio, a boca habituada a falar o bem, com abstenção do mal, e a mente reta, interessada em auxiliar. Obedecendo a esses requisitos, teremos o sopro calmante e revigorador, estimulante e curativo. Através dele, poder-se-á transmitir, também na Crosta, a saúde, o conforto e a vida.
E, como Vicente e eu não pudéssemos ocultar a perplexidade, Alfredo considerou:
– Isto não é novo. Jesus, além de tocar naqueles a quem curava, concedia lhes, por vezes, o sopro divino. O sopro da vida percorre a Criação inteira. Toda página sagrada, comentando o principio da existência, refere-se a isso. Nunca pensaram no vento, como sopro criador da Natureza?”…
.Encontrando-me, porém, mais a sós com Aniceto, transmiti-lhe minha enorme surpresa, respondendo-me ele em tom confidencial:
– Esquecem-se vocês de que a própria Bíblia, aludindo aos primórdios do homem, narra que o Criador assoprou na forma criada, comunicando-lhe o fôlego da vida. Referindo-nos aos nossos irmãos encarnados, faz-se preciso reconhecer, André, que, mesmo partindo de homens imperfeitos, mas de boa vontade, todo sopro com intenção de aliviar ou curar tem relevante significação entre as criaturas, porque todos nós somos herdeiros diretos do Divino Poder. Aliás, é necessário observar também que não estamos diante de uma exclusividade. Você, por certo, passou muito ligeiramente pelo nosso Ministério do Auxílio. Temos, ali, grande instituto especializado nesse sentido, onde nobres colegas se votam a essa modalidade de cooperação. No plano carnal, toda boca, santamente intencionada, pode prestar apreciáveis auxílios, notando-se, porém, que as bocas generosas e puras poderão distribuir auxílios divinos, transmitindo fluidos vitais de saúde e reconforto.” (Os Mensageiros – Chico Xavier e André Luiz – Cap. 19 -O Sopro.)
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