Associação reúne 'cartas de amor' para distribuir a moradores de rua no Natal
JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
25/10/2015 02h00
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress | ||
Marcos Corujo de Oliveira, 9, que já escreveu dez mensagens |
Em um pedaço de papel, adornado com imagens de estrelas, flores e o desenho de um coração com a inscrição "esperança", uma mensagem escrita à mão: "Espalhe os sentimentos mais bonitos que tocam sua alma. Recebemos aquilo que ofertamos: respeito, compreensão, amor, cooperação".
A mensagem acima é parte de uma das 2.000 "cartas de amor" que uma associação beneficente de São Paulo planeja entregar a moradores de rua, pessoas que vivem em abrigos e em casas de repouso no Natal, com presentes e alimentos.
"As cartas podem ser assinadas ou anônimas. Não existe nenhuma exigência de linguagem e queremos incentivar as crianças a participarem do projeto, para despertar nelas sentimentos de solidariedade e fraternidade", diz Kitty Balieiro, da coordenação da Associação Beneficente Fraternitas Nosso Lar.
À MÃO
Aos voluntários, porém, são feitos dois pedidos: as cartas precisam ser manuscritas –para "jogar toda a atenção e boas vibrações"– e conter uma mensagem positiva, amorosa, de incentivo a quem vier a recebê-las.
"Não temos intenção de fazer leituras prévias para avaliação, porque acreditamos que quem se dispõe a escrever uma carta de amor, certamente, vai escrever apenas isso, uma carta de amor", declara Balieiro.
O garoto Marcos Santa Bárbara Corujo de Oliveira, 9, escreveu dez mensagens, mas pretende chegar a 50 até o final da campanha.
Para ele, o objetivo das missivas é tentar despertar um sentimento novo em dependentes químicos da cracolândia, na região central de São Paulo, um dos locais onde haverá a ação beneficente.
"Existem pessoas na cracolândia que se esqueceram que foram crianças, que já tiveram várias comemorações na vida ao lado de suas famílias. Escrevi para inspirá-las a terem uma vida nova, para se motivarem a sair daquele lugar horrível", disse.
As entregas natalinas também serão feitas nos arredores da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais), na Vila Leopoldina, zona oeste, e dos viadutos Bresser, na Mooca, e Alcântara Machado, no Brás, ambos na zona leste.
Na avaliação da psicóloga Karla Garcia Luiz, do Instituto Federal de Santa Catarina, é difícil avaliar o efeito da iniciativa em curto prazo.
"É muito subjetivo o efeito que isso [o recebimento das cartas] causará em cada um. É preciso analisar com mais profundidade. Mas, de modo geral, a iniciativa é válida e sempre atinge as pessoas positivamente", declarou.
Para contribuir, é preciso enviar ou entregar o manuscrito até 10 de dezembro no endereço r. Rui Amaral Lemos, 571, Vila Dalva, CEP: 05388-070 - São Paulo - SP.
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