segunda-feira, 13 de junho de 2011
O Reverso da Liberdade - Hammed
O Reverso da Liberdade - Hammed
****************************************
"Os bons Espíritos
jamais ordenam:
não se impõem,
aconselham,
e, se não são escutados,
se retiram.
Os maus
são imperiosos;
dão ordens,
querem ser obedecidos
e permanecem mesmo assim.
Todo Espírito que se impõe
trai sua origem.
São exclusivos e absolutos
em suas opiniões,
e pretendem ter,
só eles,
o privilégio da verdade (...)"
(Livro dos Médiuns - 2ª Parte - cap. XXIV, item 267-1 02.)
"Controladores" são indivíduos que possuem
um estilo de comportamento
que constrange, domina e impõe.
Por meio de uma simulação consciente,
ou não, tentam forçar
os eventos da vida a acontecer
quando e como querem.
O maior desatino dos "controladores"
é que para dominar precisam,
antes de tudo,
viver distanciados de seus próprios sentimentos,
que, acreditam,
poderiam deixá-los vulneráveis
diante dos outros.
Não se arriscam a mostrar
como se sentem realmente.
Em outras palavras,
por medo
de serem usados,
maltratados ou desmascarados,
escondem seus sentimentos
mais profundos
para assegurarem- se de que não existe
possibilidade de qualquer pessoa
ter poder sobre eles.
Têm uma enorme necessidade de ordenar
e passam anos a fio
dizendo a si mesmos
que a maneira certa de agir
é ter as rédeas de tudo em suas mãos.
Os "controladores"
fazem o trabalho em segredo,
usando técnicas de comando
indiretas, passivas.
Agem de maneira tão sutil,
dócil e educada,
que não são identificados como tais.
Podem ter consciência ou não
do hábito de controlar,
mas uma coisa é certa:
esse comportamento
faz-lhes muito mal,
pelo desgaste energético em que vivem
— impacientes,
incapazes de relaxar
e ficar sem fazer nada.
Procuram exaltar sua importância pessoal,
tomando nomes e sobrenomes imponentes
para se impor perante os mais
desavisados e crédulos.
Alguns se utilizam de argumentos capciosos
e aparentemente lógicos,
que tornam suas idéias difíceis de ser questionadas.
Muitos controlam,
expondo fraqueza e dependência;
lamentam e choram,
afirmando ser indefesos e vítimas.
Às vezes, a "máscara da fragilidade"
é um recurso utilizado
pelos mais poderosos "controladores" .
Usam qualquer tática,
desde que funcione;
mas, independente dos planos ou meios,
os objetivos são os mesmos:
obrigar outrem
a fazer o que eles querem que seja feito.
São mais doentes,
ou mais ignorantes de si mesmos,
do que propriamente maus.
Quase sempre
"exigem uma crença cega e não apelam à razão,
porque sabem que a razão os desmascararia" .
Os "controladores" ,
além de guardarem uma convicção inabalável
de que o comando de tudo e de todos
é essencial,
ainda são motivados por recompensas
ou estímulos inconscientes
que os ajudam a perpetuar
o jogo da manipulação.
Aqui estão algumas das atitudes mentais
que integram
o sistema de sobrevivência psicológica
dos indivíduos imponentes:
— satisfazem suas necessidades
de poder ou domínio
por sentirem enorme vazio interior;
— confirmam uma auto-imagem deficiente
que idealizaram como maravilhosa;
— fazem com que se sintam respeitados,
para se protegerem de uma possível humilhação;
— fortalecem seu desejo
de impressionar terceiros,
pois se consideram socialmente inadequados;
— têm medo de ser rejeitados,
ridicularizados e magoados.
Encontramos os "controladores"
não somente no mundo espiritual,
mas também usando a vestimenta carnal
de pais,
filhos,
cônjuges,
namorados,
parentes
e amigos.
São tipos autoritários, considerados
"egomaníacos com baixa auto-estima" ,
que empregam o controle
para suprir uma vida interior
deficitária.
Inseguros, receiam ser manipulados,
obrigados a fazer o que não desejam
ou ficar sobrecarregados com enormes
responsabilidades.
Convictos de que a melhor defesa
é um bom ataque,
tentam impor-se aos outros
antes que estes os controlem.
Reagem ao medo e à insegurança,
recorrendo ao domínio sobre o próximo
e sobre as circunstâncias.
Isso lhes parece amenizar
ou resolver seus conflitos íntimos.
"Os bons Espíritos jamais ordenam:
não se impõem,
aconselham,
e,
se não são escutados,
se retiram."
Nossa mais devastadora ilusão
é pensar que podemos controlar a vida dos outros.
Imposição é o oposto da liberdade
e extermina tanto a autonomia
do que domina como a do dominado.
Apenas escolhendo o autocontrole
é que atingiremos a verdadeira libertação.
Não conseguiremos evoluir emocional,
intelectual e espiritualmente
se
estivermos desgastando nossas energias
para comandar a vida dos outros.
"...e onde se acha o Espírito
do Senhor aí está a liberdade."
Os bons Espíritos são livres
porque dão liberdade a todos
que os cercam.
Reconheceram a importância
de se desvencilharem das afeições possessivas,
pois respeitam integralmente a condição natural de todos
— seres livres, filhos de Deus.
A Espiritualidade Superior
nos ensina que somos convocados
a compartilhar
com os outros a afetividade
e a mútua proteção,
mas isso se torna um desequilíbrio
quando exigimos apropriação
do ser amado.
Que deveríamos nos sentir recompensados,
e não intimidados,
quando constatamos que os que amamos
têm interesses independentes,
confiança em si mesmos
e auto-suficiência.
Quando delegamos o controle
de nós mesmos a uma outra criatura,
seja ela quem for,
talvez estejamos renunciando
ao nosso mais importante direito
inato: a liberdade.
Ela pressupõe senso de dignidade,
escolha e auto-respeito.
Sem senso de valorização próprio,
nos julgaremos uma nulidade
e sentiremos um grande vazio
na alma,
isto é,
uma sensação de "não ser".
A propósito, recordemos
Victor Marie Hugo,
o mais ilustre poeta e escritor francês
do século XIX, quando escreveu:
"O pior uso
que se pode fazer da liberdade
é abdicar dela".
..........................................................................................................................
Hammed & Fancisco do Espírito Santo Neto -
(De “A imensidão dos sentidos”)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário