NEGAR A ESSENCIA DA DOUTRINA ESPIRITA
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Espíritos lúcidos de todas as épocas já vos deram o exemplo de existências de sabedoria e equilíbrio, saúde e nobreza, distantes da ingestão de corpos animais.
Sábios médicos e nutricionistas conscientes já vos têm apontado o caminho da saúde e da libertação de um cortejo de males através da alimentação vegetariana, padroeira maior do equilíbrio e do bem-estar físico e psíquico do ser humano.
Generosos batalhadores da causa animal, vanguardistas de uma nova consciência planetária fundamentada no respeito e amor incondicional a todas as vidas, estão passando à frente dos espíritas, adotando um modo de viver condizente com os postulados da Lei Evolutiva — espinha dorsal da doutrina espírita.
E vós, meus irmãos?
Que fazeis, sentados à mesa diante dos despojos sangrentos de vossos companheiros planetários,
mortos cruelmente para obedecer a hábitos ancestrais repetidos sem avaliação? A quem pensais enganar nessa contemporização com um código ultrapassado de viver?
À vossa consciência adormecida, aos espíritos dirigentes do planeta, ao Mestre a quem dizeis seguir, à Divindade que nos criou a todos iguais para a fraternidade, não para o exercício da lei da selva?
O espírita deveria ser o primeiro, e não o último, a preservar a qualquer custo o equilíbrio planetário. Informai-vos bem para vos conscientizar de que a manutenção dos rebanhos parao consumo humano, além do espetáculo da crueldade e da indústria da doença que representam, são os patrocinadores da fome de milhões, da devastação e do desequilíbrio da natureza planetária.
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Todas as coisas da criação são filhas do Pai e irmãos do homem.
Francisco de Assis
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A respeito dos animais e nossa relação evolutiva com eles, O Livro dos Espíritos é claro e insofismável. No capítulo XI, as questões
597 — Pois que os animais possuem uma inteligência (...) haverá neles algum princípio independente da matéria?
Há, e que sobrevive ao corpo.
597a — Será esse princípio uma alma semelhante à do homem? É também uma alma, se quiserdes, dependendo
do sentido que se der a essa palavra. É, porém, inferior à do homem.
606a — Então, emanam de um único princípio a inteligência do homem e a dos animais? Sem dúvida alguma, porém no homem passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal .
607 — Disseste que o estado da alma do homem, na sua origem, corresponde ao da infância (...) Onde
passa o espírito essa fase de seu desenvolvimento? Numa série de existências que precedem o período
a que chamais de humanidade.
607a — Parece que, assim, se pode considerar a alma como tendo sido o princípio inteligente dos seres
inferiores da criação, não? Já não dissemos que tudo na natureza se encadeia e tende para a unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaiapara a vida. Nessa origem, coisa alguma há de humilhante para o homem. Reconhecei a grandeza de Deus nessa admirável harmonia, mediante a qual tudo é solidário na natureza. Acreditar que Deus haja criado seres inteligentes sem futuro, seria blasfemar de sua bondade, que se estende por sobre todas as suas
criaturas.
611 (...)
(...) Desde que o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entrar no período da humanização, já não guarda relação com o seu estado primitivo e já não é a alma dos animais, como a árvore já não é a semente. Nada pode ser mais claro — e mais belo — que o mecanismo da Lei Evolutiva em que o espiritismo sefundamenta. A síntese perfeita dele se contém no famoso aforismo “a alma dorme no mineral, agita-se no vegetal, sonha no animal e desperta no homem”.Essa solidariedade de todos os entes criados, que faz das formas materiais os “uniformes escolares” das centelhas divinas mergulhadas nas escolas dos mundos materiais,
para habilitarem sua consciência ao retorno à “casa paterna”, ou à perfeição do divino, traça um cenário magnífico. Nada mais grandioso e confortador para os humanos do que a certeza dessa magnífica escala ascensional — a sublime escada de Jacó por onde todas as centelhas da Luz divina necessariamente atingirão um dia os planos da consciência cósmica. Mas isso tem algumas implicações facilmente esquecidas no nosso nível egocêntrico. E os que vêm atrás? Os degraus que já ocupamos nessa escada, por onde agora transitam novas almas embrionárias, futuros seres humanos? Nossos colegas mais jovens da escola da vida, que precisam viver para evoluir nas formas da matéria, contando com a nossa solidariedade e apoio — como nós nos achamos credores do amparo dos colegas mais velhos, a quem chamamos de guias, mentores, seres superiores etc.?
Se de fato acreditamos na realidade magnífica da Lei da Evolução, como pretendemos escamotear uma parte da escada, negar nossa fraternidade com os reinos que nos serviram de oficina para a construção da consciência?
Essa ingênua pretensão de “espécie à parte”, “reis da criação” e outras arrogantes ilusões do espírito medieval foram, felizmente, destruídas pela base quando se rasgou o panorama
infinito da Lei Evolutiva Cósmica. Porque agora estamos concluindo o Primeiro Grau da escola planetária, podemos destruir os uniformes dos pequeninos Jardim da Infância, maltratá-los, empurrá-los com violência para fora da escola, torturá-los? A reprovação é certa no currículo da fraternidade. E a direção da escola tem avisado que brevemente haverá transferência em massa dos repetentes contumazes, já que a escola está em vias de ser transformada em segundo grau. Transferência automática para os incapazes de assimilar o currículo básico intitulado reciprocidade — “fazer aos outros o que queremos que nos seja feito”. Portanto, se acreditamos no ensinamento claro que balizou as origens do espiritismo, ignorarmos a lei da fraternidade que nos une a todos os seres é contrariar frontalmente o mais sagrado alicerce em que a doutrina se sustenta — a sublime realidade daLei Evolutiva, objetivo e finalidade da lei do carma e da lei da reencarnação. E da existência não só do espiritismo como de todas as outras crenças, doutrinas e filosofias, já que todas são meios, e não fins — meios de conduzir-nos, inda que com todos os retardos de nossa insensibilidade, do átomo até o arcanjo — que um dia já foi átomo, planta, boi e homem...
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Era uma vez um espírita
Compilação: Equipe Conhecimento
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