sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

AMAI A ALMA DE VOSSOS IRMÃOS E NÃO SEU CORPO!




AMAI A ALMA DE VOSSOS IRMÃOS E NÃO SEU CORPO!

(Trecho da obra mediunica Laços de Barro)- Equipe Nosso Lar


Fábio correu radiante, tal qual criança, sentindo a grama muito verde, ainda molhada do orvalhar da noite, em seus pés descalços.
Sentia-se feliz ! A brisa fresca de mais uma linda manhã beijava-lhe amenamente a face, impulsionando-o a correr ainda mais veloz, saltando pequenos obstaculos; tal qual um pequeno potro em liberdade.
Um sensivel aroma de rosas vermelhas, misturava-se ao perfume doce dos eucaliptos, como uma benção em balsamo que tocava seu corpo e magnetisava seu ser em mais um magnifico dia.
O jovem deitou-se na grama exausto olhando o céu, que num azul celeste com certeza era uma obra de arte.
Por vezes o azul se revestia de um branco tenue, nas nuvens sutis que ali passavam.
O sol ainda não ia alto e nem forte mas já apresentava toda a sua glória abençoando a vida.
Cerrou os olhos e numa prece profunda Fabio agradeceu pela sua vida e por tantas maravilhas.
Ao abri-los, sentou-se dobrando seus joelhos e abraçando-os.
Contemplou então as colinas que se debruçavam distantes, num imenso oceano sem horizonte e com um pouco de dificuldade em função da distancia podia avistar a pequenina praia branca onde com certeza fortes ondas iam repousar.

Subitamente o jovem foi interrompido de seu frequente extase matinal, no qual era imensamente agradecido pela vida.
Paula se aproximava já balbuciando carinhosamente :

- Bom dia, Fabio ! Uma bela manhã não é ! O enfermeiro Lucio te deixou aqui sozinho ?

A enfermeira estava ciente que aquele jovem, em sua cadeira de rodas, não poderia compreende-la ou responder, mas sempre conversava com ele todas as manhãs.
Com amor, a senhora ajeitou a cabeça de Fabio, que em sua imolibidade se encontrava tombada. Com o carinho de uma mãe, encostou-o numa almofada macia.
Ele era um jovem bonito e apesar do corpo imovel, numa paralesia total, possuia em seu corpo o vigor da juventude, apesar de aparentemente enfraquecido.
A enfermeira Paula passou levemente o lenço em sua boca onde a saliva havia escorrido sem mais nada balbuciar.

Fabio sentindo-se imensamente agradecido, pelo enorme carinho daquela senhora, que naqueles tres anos, já lhe era uma mãe, respondeu :

- Magnifica manhã, enfermeira Paula ! Estou me sentindo tão bem ! Que dia maravilhoso! Deus a abençoe pelo amor que me dedica !

O jovem no entanto, tambem compreendia, que Paula não o ouviria. O seu corpo era completamente imovel não obedecendo a qualquer comando voluntário por mais que se esforçasse.
Sua boca mantinha-se entreaberta sem qualquer movimento. Seus olhos eram fixos. Seus braços por sobre as pernas inertes. Suas pernas sem qualquer movimento.
O jovem em sua imensa resignação e humildade, persistia diariamente em expressar-lhe mentalmente, "que estava ali, que estava vivo, que estava bem, que estava feliz e o quanto lhe tinha imensa gratidão e amor."
Era um dialogo silencioso entre ambos, mas constante em fraternidade.

A enfermeira Paula novamente ajeitou o seu corpo na cadeira de rodas e empurrou-a devagar para o centro de reabilitação.
Fabio sentia-se feliz, atravessando novamente pelo imenso jardim, que em meio a extenso tapete de grama verde era adornado de rosas vermelhas e muitos eucaliptos.
Não mais podia avistar as colinas, nem o ocano, e tão pouco a praia; mas se alegrava porque á tarde novamente o trariam ali.

A aurora resplandecia na Colonia. Seguimos alegremente num grupo de quatro irmãos, previamente preparados a realizar o gratificante trabalho de amor.

A noite chegou tranquila, após um intenso dia em trabalho incessante, no centro de reabilitação.
O jovem Fabio repousava agora o seu corpo enfermo em sono profundo.


Equipe Nosso Lar
medium maria

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