terça-feira, 14 de agosto de 2012

"NA ESSENCIA D'ALMA" - Obra mediúnica (III Capitulo)

                                

 Obra mediúnica "NA ESSENCIA D'ALMA" ( III PARTE)

(Esta é uma obra mediunica; ainda não foi revisada em erros de gramatica ou ortografia; porem compartilho a sua essencia com muito amor no nobre obrar de Irmãos Espirituais)

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Equipe Espiritual Nosso Lar

Medium Maria

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                                                                                       III – RECOMEÇO

 

Meus olhos entreabriram com dificuldade, senti um aroma de flores impregnando e harmonizando o meu ser.

Podia ver agora a luz tenue, em ambiente branco, pouco iluminado.

Olhei ao redor, ali estava só.

Meu corpo inerte, parecia ainda adormecido, tal qual sob efeito de um forte tranquilizante, não obedecendo a qualquer ordem de minha mente.

Permaneci imovel propositalmente, com algum objetivo que desconhecia, por longo tempo.

 Era um contínuo e ininterrupto despertar, sentir sensações boas naquele ambiente harmonioso e novamente adormecer em sono profundo.

Mentalmente me compreendia em alguma unidade de tratamento, que me mantinha numa paz indescritivel.

Por vezes despertava ouvindo uma melodia fantástica, que entrava em minha alma, como um medicamento milagroso.

Outras vezes aromas me impregnavam o meu ser de alguma forma nutrindo-o em sua essencia.

As luzes no ambiente branco, sempre pareciam dançar numa serenidade absoluta, fazendo-me sentir extremamente leve.

Sim era com certeza, a plenitude de um tratamento sem presenças ou toques.
A cada despertar por mais breve que fosse me sentia mais forte na minha ainda imobilidade.

Interminavel foi o longo tratamento silencioso.

Gradativamente o meu corpo espiritual recuperava seus movimentos.

Compreendi então, porque por tanto tempo, ali me mantinham imovel.

A cada novo articular que conseguia recuperar lentamente, um enorme dolor me agredia em minha mente.

Como se o meu espirito ainda imensamente enfermo, sofresse os intemperios dos noventa anos que havia passado nas regiões umbralinas.

Persistia no entanto, a cada movimento novo que me era liberado no ser, manipulando-o em plenitude ciente que Deus me amparava.

Quando o sofrimento se tornava insuportavel novamente adormecia ao som de uma melodia que me embalava tal qual criança.

Pouco a pouco tambem, em cada despertar, comecei a sentir em meu espirito, as sequelas ainda tão fisicas de minha vida reencarnatória.

Na região cardiaca na qual havia levado o disparo fatal, um imenso ardor em impacto indescritivel, me fazia ali desfalecer , novamente em sono profundo muitas e muitas vezes.

Num destes despertar, como saindo lentamente de um processo sedativo, tambem comecei a me recordar pausadamente de minha vida corporea.

Não sabia no entanto o que me dava maior sofrimento se eram as sequelas em meu corpo perispiritual ou se eram as lembranças de minha alma.

Num processo extraordinario de reabilitação serena tudo ali, naquele local de amparo, parecia meticulosamente dosado em pequenas porções de amor, para que eu compreendesse em meus proprios limites a extrema necessidade de me restabelecer, não somente me desligando definitivamente das sensações de um corpo fisico, que de alguma forma ainda estava ligado em minha essencia, mas tambem paulatinamente podesse visualizar em amplitude a minha vida reencarnatoria; e podesse compreender e aceitar as minhas inumeras imperfeições.

Era como um novo e incessante aprendizado, num contínuo recomeçar, a cada despertar, em minha enorme enfermidade.

Na respectiva proporção em que saia de meu estado sedativo, podia compreender, que naquele ambiente tenue e branco, eu com certeza não estava sozinho.

Podia agora visualizar com nitidez, mais leitos, dispostos paralelamente, ao qual eu me encontrava. Não conseguia no entanto, ainda ver com clareza os irmãos que neles se encontravam.

Em meu humilde aprendizado, eu ainda não estava preparado a enxergar vida. Eram simplesmente meros vultos.

Com o passar dos dias, á medida que compreendia minha existencia e minhas imperfeições, não mais podia somente ouvir a melodia doce,por tanto tempo me confortando o ser; começava agora, a escutar distante, suplicas agoniantes, gritos de horror, lamentações as mais diversas, enfim eu escutava o sofrimento, em incontaveis tormentos, daqueles seres tão enfermos quanto eu, que ali se encontravam tambem

em regeneração.

A

dor que advinha da minha alma em meu corpo espiritual, não era mais tão atenuada e até eu mesmo, exteriorizava o meu imenso sofrimento, em pranto de lamento.


Posteriormente compreendi, que as lagrimas são essenciais á regeneração de cada qual; e percebi ainda que aquele que não pranteia a sua dor, em sua essencia ainda não o sente.

Certa vez quando despertei consegui perceber pela primeira vez, que ali tambem circulavam alguns vultos iluminados, medicando ou doutrinando.

No entanto emudecido ainda estava, em uma serenidade por vezes harmonica em todo o meu ser; outras vezes no entanto em enorme inquietude, e em incessantes lágrimas em meu aprendizado.

No momento certo, ao despertar já conseguia ver os semblantes de meus companheiros em recuperação.

Corpos

que ainda demonstravam os intemperios de suas jornadas confusas, semblantes envelhecidos na dor em si proprios; conclui que após os noventa anos, vagando naquelas regiões negras, o meu semblante, com certeza o estaria imensamente pior.

Ao adormecer, contínuas eram agora as minhas viagens ao passado, em minha vida reencarnatoria; o que ao despertar me fazia plenamente consciente de meus atos e pranteava novamente, não somente arrependimento, mas imensa vergonha.

Ali no entanto, não haviam buracos ou cavernas escuras para me esconder de mim mesmo ou dos outros, a Luz no ambiente já se intensificara aos meus olhos.

Visualizava tudo em enorme claridade e apesar das muitas sequelas ainda existentes em meu Espirito e ciente do enorme período de estagnação evolutiva, com certeza eu não desejava mais adormecer, eu precisava ardentemente compreender minha existencia, para poder Recomeçar a minha evolução

  A unidade de regeneração na qual eu me encontrava, silenciara na prece que fluia em nosso Espirito como uma enorme benção de um Pai misericordioso.
Olhei ao redor, cada qual de meus irmãos tambem parecia silenciar em seus proprios sofrimentos para ouvi-la atenciosamente.
Tão logo findou a prece no entanto, novamente sentiamos as dores de nosso corpo espiritual; e as lamentações se mantinham persistentes, no ambiente alvo.
Não tinha qualquer noção de períodos. Desconhecia á quanto tempo ali estava nas camaras em contínuo e incessante tratamento de regeneração.
Naquela manhã no entanto pela primeira vez um irmão de meu leito se aproximou, mas nada disse. Expos as mãos sobre o meu corpo espiritual e abençoou-o
em energia.

Consegui
balbuciar então imensamente rouco.
- Á quanto tempo estou aqui? Sinto que melhorei mas enorme dor em meu peito me dá por vezes imensa falta de ar !
O Irmão nada falou, dando-me em pouco de agua para beber e depois novamente se afastou.
Permaneci imovel.
As dores da enfermidade por vezes eram imensas.
Tentei me tranquilizar mas a tranquilidade já surgia em meu ser, no entando não desejava adormecer novamente, me considerava são e apto a um novo recomeço.
Era incompreensivel no entanto para meu ser, assimilar que o despertar e o estar lucido, não era sinal de minha recuperação, mas do muito que ainda precisava ali, me restabelecer.
Compreendia que a vida, em esferas espirituais ou em plano físico é um incessante recomeçar diário.
No centro de regeneração gradativamente eu compreendia que não era diferente.
Fechados em si mesmos estão os seres que se apercebem em uma rotina diária; pois a vida se vislumbra para cada qual, com um descortinar diferente.
Na própria magia da natureza que se altera em forma e cores, a vida de cada ser sendo necessário analisá-la minuciosamente.
Naquela unidade de tratamento desde que ali chegara não o era diferente.
No inicio percebendo-me sozinho entre aromas, musica, e cores numa sublimidade imensa.
Posteriormente percebendo enfermos e enfermeiros.
Depois conseguindo ouvir em amplitude os sofrimentos de cada qual enquanto descobria minha própria enfermidade.
No longo período que com certeza eu ali estava em regeneração, estava plenamente ciente das minhas imperfeições em vida reencarnatoria.
Uma criança feliz amparada com amor e instruir.
Um adolescente rebelde brigando contra os princípios condignos na moralidade de meus pais.
Um adulto extremamente egoísta em seu proceder diário para com os irmãos.
Extremamente ambicioso.
Um pai de família sempre ausente na ociosidade de bares.
Tinha uma filha maravilhosa de dez anos de idade e uma esposa fiel e amiga que gerava nosso menino quando resolvi entrar naquela quadrilha e passar a executar inúmeros assaltos para meramente extorquir os bens alheios.

Naquela tarde, tudo estava meticulosamente planejado em mais um assalto.
Pontualmente ali estávamos em quatro companheiros com um objetivo comum.
Extremamente fácil foi saltar os grandes muros, correr o jardim e entrar por uma das janelas naquela enorme moradia.
Sem dificuldades caminhamos nos cômodos juntando tudo o que fosse de valor.
No entanto surgiu o imprevisto que não esperávamos, a família entrava na residência.
O homem surpreendeu-nos no seu quarto e quando corria para pedir auxilio o meu tiro, que não foi fatal em sua coluna, mas com certeza deixaria seqüelas para o resto de sua vida.
Também a sua esposa entrou correndo e novamente dei disparo certeiro em sua região cardíaca matando-a.
Meus companheiros já haviam fugido e eu fazia o mesmo quando o menino de dez ou onze anos surgiu na minha frente chorando horrorizado.
Lembrei-me de minha filha, mas não questionei o ato, fazendo um disparo fatal em sua cabeça.
Corri em fuga acelerada, mas um veiculo já me perseguia e também fazia um disparo fatal que me tirava à vida.

Nas lembranças as lágrimas desciam velozmente na imensa vergonha em todo o meu ser.
Recordei-me do Umbral e das inúmeras de suas regiões que visitei.
Lembrei-me do meu bando e das crueldades que fazíamos para com muitos ali ou em plano físico.

Enorme dor me surgia no corpo que seqüelas ainda possuía.
Gritei em enorme uivo de horror tal qual fera que me sentia.
Um irmão aproximou-se me dando novamente a água e com as lagrimas que molhavam minha existência adormeci.

Fiquem em Imensa Paz

Equipe Nosso Lar

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Mensagem mediúnica Equipe Espiritual Nosso Lar
Psicografia medium maria  

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